Adolescentes infratores: será que a sociedade falhou na educação de nossos jovens?

Diariamente somos surpreendidos com notícias narrando terríveis atos criminosos, tanto no Brasil, como no exterior, praticados por jovens, adolescentes (12 a 18 anos) e até mesmo crianças (menores de 12 anos).

Mas o que leva essas pessoas que estão iniciando a vida a agirem dessa forma, colocando em risco ou até mesmo acabando com seu futuro? Vários podem ser os motivos e causas do início precoce na marginalidade, sendo que discorreremos sobre alguns:

1. O adolescente ou a criança são nascidos e criados em meios onde a criminalidade impera. Os criminosos lideram a comunidade, suprem suas necessidades básicas, suas carências e muitas vezes “oferecem proteção” à população, e passam a serem vistos como heróis, exemplos, líderes, modelos a serem seguidos, não restando outra opção aos jovens salvo serem seus adeptos e ingressarem nesse meio;
2. Os jovens, apesar de seus responsáveis passarem por inúmeras dificuldades para criá-los dentro de padrões de moralidade e legalidade, se revoltam com as privações sofridas e falta de recursos, principalmente devido à injusta distribuição de riquezas, e optam por entrarem no mundo do crime para satisfazerem suas necessidades e a de seus familiares;
3. Há o grupo criado em famílias de classe média, cujos pais suprem as necessidades básicas e até mesmo concedem algum conforto, todavia, acabam aderindo à criminalidade para obter os recursos necessários que satisfaçam os anseios criados pelo consumismo desenfreado que impera no mundo moderno, onde ocorre a difusão da imagem que a pessoa é considerada, respeitada e admirada pelo que possui, ostenta ou usa, não pelo que realmente é;
4. Temos os jovens de famílias de classe alta, possuidores de tudo o que desejam e as quais todas as necessidades são satisfeitas, sem que tenham que fazer qualquer esforço pessoal. Esses não conhecem limites, não sabem o valor de lutar pelo que almejam, devido à falta de orientação por parte de seus genitores, os quais se preocupam apenas com seu bem-estar físico e confortos materiais, esquecendo-se de enfatizar a formação de seu caráter e personalidade. Tais adolescentes acreditam que podem tudo, que jamais serão detidos, que tudo lhes é permitido, culminando por envolverem-se em atos criminosos por puro prazer e diversão, ou mesmo em busca de fortes emoções;
5. Importante mencionar os portadores de distúrbios psicológicos e psíquicos que alteram a percepção dos mesmos sobre a realidade, do certo e do errado, levando-os a práticas criminosas;
6. Não podemos nos esquecer das Crianças e Adolescentes criados em ambientes onde impera a violência doméstica, onde são vítimas das mais diversas formas de abusos físicos, sexuais, morais, psíquicos e de violência contra outros membros da família, principalmente irmãos e mães, fatos que os levam a fugirem de casa e buscarem abrigos nas ruas, oportunidade em que se envolverão com a prostituição, tráfico, furtos, roubos, iniciando a vida na marginalidade.

Cumpre ressaltar, por fim, que apesar dos jovens somente serem responsabilizados criminalmente por seus atos delituosos a partir dos 18 anos, dos 12 aos 18 incompletos estarão cometendo o chamado Ato Infracional, previsto do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), estando sujeitos às medidas sócio educativas previstas no referido Estatuto, incluindo Internação em Estabelecimentos específicos, tais como a Fundação Casa.  

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